CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O REINO SERÁ ANUNCIADO A TODA CRIATURA

Lc 17,26-37
1. Esse discurso escatológico traz para o discípulo uma profunda reflexão sobre o como se comportar diante do que pode acontecer ao mundo e a si mesmo com relação a salvação desejada por Deus para todos. A questão central é que Deus nos fez para Ele, e nós nos desviamos do Seu projeto salvífico. Ele não nos abandonou, mas espera de cada um de nós uma resposta de fidelidade. É necessário não esquecer que vivemos num mundo passageiro, que não fomos feitos pra vivermos aqui, pois nosso futuro é Deus mesmo. Para alcançar a vida eterna, passaremos pelo juízo de Deus que acontecerá segundo seus desígnios. Enquanto isso, devemos nos manter atentos, alerta, vigilantes, disponíveis e fiéis a Ele.
2. Jesus usa dois modelos importantes do Antigo Testamento para indicar o dia do juízo: Noé e Lot. O primeiro diz respeito ao dilúvio. Durante a preparação da Arca, o povo não dava importância a Noé nem às suas palavras; viviam a vida de sempre, na mesmice de todos os dias, com suas preocupações mundanas, vivendo seus vícios e seus interesses sem se preocuparem com sua salvação. Para eles, o que Noé fazia era tolice, loucura de um fanático. O Segundo modelo é Lot, que vivia um contexto onde a promiscuidade era grande, o desrespeito ao corpo e ao ser humano de modo geral era enorme; ambiente onde Deus não era convidado. O dia-a-dia daquele povo de Sodoma acontecia segundo os instintos e jogos de interesse de cada um; ninguém se preocupava com as coisas de Deus e, por isso mesmo, não se importavam com sua própria salvação, pois pra eles ser salvo era o mesmo que entregar-se aos prazeres da carne, às alegrias do mundo, entre outras coisas.
3. Jesus pede para não se temer sacrificar a si mesmo para ganhar a vida. É importante frisar que a nossa vida é um dom de Deus e como tal existe para ser doada, dada. Essa entrega de si mesmo deve ocorrer primeiro para com Deus. Ter consciência de que somos principalmente de Deus, pertencemos a Ele e a Ele devemos nos entregar; depois, por causa dEle, ser um dom para todos, sem reservas, sem medo, confiantes no amor e no poder de Deus. Somos um dom voltado para a vida eterna. Por isso, o apego às coisas terrenas, não querer morrer por causa das coisas do mundo, é um sinal fortíssimo de que não se sabe o dom que é, do próprio futuro em Deus, que desconhece a própria origem, vida e finalidade da existência que possui. Querer salvar a vida neste mundo é o mesmo que rejeitar a salvação de Deus. Portanto, é necessário, para a salvação, desprezar a vida neste mundo, e não temer sacrificar a própria vida, fielmente, a fim de que se realize o projeto do Pai.
4. Os justos serão separados dos pecadores. Os justos aqui são todos aqueles que sacrificam a própria vida em nome de Deus, para que Deus realize no mundo sua vontade. Os pecadores, por sua vez, são aqueles que insistem em se manter no pecado, apegados ao mundo e seus prazeres, que não se importam com a vontade de Deus e até tentam afastar os filhos de Deus do seu caminho de salvação. No juízo, esses serão afastados: uns irão para Deus (os justos), outros, para a morte eterna. Todos passarão pelo juízo, mas nem todos terão a mesma sorte.
5. Onde acontecerá isso, perguntam seus discípulos? Jesus usa um provérbio enigmático para ajudar na reflexão de todos: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”, isto é, o juízo acontecerá onde estiver o homem. O juízo acontecerá segundo o tempo determinado por Deus, no lugar que Deus quiser, independentemente da vontade humana e do seu controle. A ação de Deus é livre e se realizará quando a Ele parecer o tempo certo, pois para Ele o que mais interessa é a salvação de todos. Ele não quer perder nenhum, mas respeita a liberdade de escolha realizada. O importante é que sejamos fiéis, livres para dizer sim à vontade de Deus, disponíveis para realizar seu projeto de salvação, perseverantes na oração e na obediência, servos por amor, conscientes do que somos, do que seremos e da nossa missão no mundo, sempre alerta, vigilantes e de olhos fixos no Senhor.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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