CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

PERDOAR É UM ATO DE AMOR

Mt 18,21-19,1
1. Deve-se perdoar 7 ou 70 x7 vezes? Essa é uma expressão tirada de Gn 4,24. "Se Caim for vingado sete vezes, e Lamec o será setenta e sete vezes". Quer-se afirmar infinitamente. Substituindo o verbo "vingar" por "perdoar", Jesus exige que o perdão seja dado para sempre. Não existe limite para se fazer o bem, para poder dar ao outro a possibilidade de uma vida nova. Para tornar essa verdade ainda mais clara, Jesus contou a parábola do devedor.
2. Um alto funcionário devia ao seu patrão uma enorme quantia. Trata-se de um Sátrapa, alto funcionário do rei. Não tinha condições de se ver livre da dívida. Por lei, deveria ser vendido como escravo ele e sua família. Implorando ao rei, recebe deste o perdão da dívida. Duas coisas importantes aqui: primeiro, o empregado tinha contraído uma dívida impagável, que diz respeito ao pecado, que por sua vez, não tem como ser eliminado com a simples força humana, com a limitada vontade do homem. O pecado humilha o homem até o ponto de fazê-lo perder sua própria dignidade e sofrer a morte. Segundo, somente o patrão poderia resolver essa situação sem causar danos irreparáveis na vida daquele empregado. Ou seja, somente Deus pode libertar o homem, perdoar seus pecados e livrá-lo da morte. É justamente isso que o texto revela: um Deus que toma a iniciativa da libertação do pecador. O que para o homem é impossível, Deus torna possível segundo Seu amor e poder. Aqui não funciona a ideia de que com nossos esforços seremos salvos. Também não quer dizer que não haverá esforço de nossa parte, mas como resposta à atitude misericordiosa de Deus, que age a nosso favor, a fim de nos libertar e nos conduzir à comunhão com Ele.
3. O mesmo funcionário, uma vez livre, é colocado numa prova. Alguém lhe devia uma quantia bem inferior da que ele tinha para com o rei. Houve uma súplica por um tempo, mas ele não quis escutar, não deu atenção ao grito do seu devedor e, impiedosamente, jogou-o na prisão. Também aqui há duas coisas importantes: primeiro, esse funcionário está fazendo as vezes do rei, pois tem condição de conceder o perdão ou escravizar seu devedor. Segundo, o devedor faz as vezes do funcionário, isto é, do outro irmão pecador, limitado, escravo do pecado e andarilho nas estradas da morte. Nas duas situações, houve uma súplica de perdão, na primeira houve a eliminação da dívida; na segunda, prevaleceu o interesse pessoal. Na primeira, o rei concedeu a graça de uma vida nova; na segunda, o funcionário aprisionou o dom de Deus, sendo incapaz de compreender o mistério da misericórdia divina.
4. A ação do rei para com seu funcionário obrigava uma mesma atitude deste. A dívida dele era enorme. A do outro era muito pequena, insignificante com relação à sua para com o rei. Em outras palavras, a atitude do patrão exigia uma atitude semelhante, um fazer da própria vida um dom para o outro, um querer sempre tornar o outro capaz de uma vida nova, livre e cheia de esperanças. Aqui não se trata apenas de questões econômicas, mas de uma vida em Deus e para os irmãos. Quem não é capaz de perdoar, antes de tudo entendendo o outro na sua miséria, demonstra uma profunda incompatibilidade de vida espiritual, um distanciamento de comunhão com Cristo, uma busca por si mesmo. Resultado disso, aquele que busca a misericórdia, mas não a coloca em prática não somente mancha a Igreja, mas também não alcançará a salvação de Deus. Jesus ensina no PAI NOSSO: "Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendidos".
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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